Te filmei


Não sei como começou
Não me lembro da despedida
Não guardei seu nome
Nem trocamos telefone.
Apenas caminhamos lado a lado
Escondidos sob olhares evasivos
E outros disfarces.
Tão casual como encontrar alguém numa fila de cinema.
Te filmei.
Guardei daquele encontro o olhar:
Penetrante.
Desejei de novo aqueles olhos.
Mas tudo parecia ter desaparecido nas ruas da cidade.

Lembrei do seu rosto
Mas não liguei o nome à pessoa.
As lembranças foram decantando aos poucos
Em imagens esparsas que buscavam algo deixado guardado no esquecimento.
Às escuras,
Fiquei apenas com a lembrança do desejo de rever.
E me deixei ficar ao seu lado
Tentando recuperar a atração guardada em segredo.
Em vão.

Mas vivo na lembrança.
.
.
.

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