Como botão de rosa
Como botão de rosa
Minha realidade é sólida como uma ilusão, já não confio em meus passos. Eu deveria estar atenta ao que não vejo, mas apenas tenho nas mãos o que percebo. Preciso ter pés curiosos a me levar para onde jamais estive, e ouvidos surdos, para que as palavras não me turvem a visão. Porque será que acredito tanto nas intensões e tão pouco nos gestos? Sobreviver faz de mim um ser embrutecido e já não sinto o sabor da brisa em minha pele. Afeita a ventanias e tempestades dificilmente choro quando o botão de rosa cai. Hoje eu despenquei no abismo e, girando, senti as pás do moinho. .