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Mostrando postagens de 2013

Titubeio

Do outro lado Eram sombras E a dor do mundo Encolhida no corpo franzino Do menino ainda Do lado de cá Um deserto Além do horizonte cobria Escaldando A pele maltratada Lá Em gestos de candura Cada flor  No seu tempo brotava Cada sonoridade Sua dor decantava Sem me esconder Ou me mostrar Eu caminhava só Sentidos os olhos  Perplexo o coração  Lá e cá Uma madrugada Enebriada Libertou os sonhos Afrouxou os cintos Brincou com a esperança  Cá e lá O sol da manhã Cegou o desejo Encabulou as mãos E , vacilantes, Aguardam a lua nova ... ...

Efigênia

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Guarde minhas cinzas para uma tarde ensolarada de maio. Espere o vento, a brisa e deixe voar. Ande devagar saboreando o desenho branco no piso vermelho. Admire as flores no umbral, o delicado desenho feito do duro metal. Observe a luz refletida nas nuvens tocando arranha-céus, conversando com Deus. Ouça seu coração batendo irresoluto na saudade de tantas histórias que, como águas turvas, correram lá em baixo e sobre o viaduto. .

Na curva

Um bom começo ... é um bom começo Correr para onde? O que buscar?  Irei alcançar? Sim. Quem está na curva  do tempo vivido e por viver almeja encontrar "Será que consigo?" Sim. Encontrar consigo. Saber que existe um fim nos dá asas Voe .

Adeus, menino

Estradas de céu levam mais longe Como voar? Juntar a bagagem necessária Deixar para trás Olhar em riste Dois mundos Duas vidas Hoje e depois Partir Quem fica Quem vai Uma floresta adensa em mim Selvagem e incauta Pulso uma dor prateada Me afogo Cega, já não sei: Prá quê tudo isso? Tudo é tão ligeiro Eu não .

Minhas maçãs

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Havia maçãs para todos os lados Elas transbordavam Queria detê-las  Mas não podia... Senti medo diante do tanto Impossível escapar ou negar Transbordavam E eu ali A sentir Sem poder tocar .

Delicadeza

. Quanta bravura empenhamos em cada gesto, quanto suor, Quanta lágrima. Mas nos tornamos cegos ao que é pequeno e belo. Poder bradar o singelo como sublime, Isso é para poucos heróis. . .

Sem ti

Fugi de ti Quando não restou espaço para o meu amor. Apenas fragmentos de segundos envolviam meu corpo. Te lembras? Afugentei teu olhar e corri de tuas mãos que, doce e suavemente, acorrentavam minha alma. Há uma vaga lembrança da tua urgência, Sentido de meu desespero! Como despertar do sonho de te haver possuído E, de ti, avistar apenas o dorso enquanto partes, Partida em pedaços. Resta este sabor de aurora, O peso das horas mortas E o vazio de existir.