Trapezista



Foto de Joaquim Fial



Trapezista



Serei tua rede, quando,

porventura,

o chão se abrir sob teus pés.


Do amor entendo um pouco,

pois me ensinas a cada instante.


Todo gesto em ti é amoroso.

Tudo em procurar alcançar,

tudo em desejar se encontrar.


Serei eu teu esconderijo,

quando,

no inverno próximo,

necessitares abrigo.
.
Aquecerei tuas frias tardes,

acobertando a dor

no calor do meu colo,

na suavidade da carícia que minha língua deitará sobre a tua pele,

aliviando tua carne maltrada,

na firmeza com que vou segurar tuas mãos,

para jamais esqueceres que tens para onde ir.


Serei tua canção,

quando, porventura,

teu coração falhar.

Entoarei teu ritmo,

para voltares a se escutar,

encontrando, novamente,

tua alegria.

Cantarei ao teu ouvido,

para me saberes real e tua.


.

.

Comentários

Ricardo Rayol disse…
quedo-me mudo ante tal declaração.

Postagens mais visitadas deste blog

Não perca o seu latim

Encarne, viva.

Para Mari.